quarta-feira, 5 de março de 2008




Portugal e a violência, a grande trapalhada...

Claro que como Brasileiro e vivente de uma sociedade como a brasileira posso falar sobre o que é ser pobre, preto, estrangeiro, favelado e excluído. O governo português adoptou 16 medidas para combater a violência urbana no Porto e em Lisboa, claro que a morte custa a todos, mais sempre houveram crimes violentos nos bairros ditos sociais, mais isso passa ao lado daqueles que vivem dentro da moldura suburbana das cidades, pois os bairros de pobres são o mais longe possível do centro ou dos protegidos, foi preciso a violência bater a porta dos favorecidos para Magistrados, políticos e idiotas, falarem da necessidade de combater o crime, com as tais 16 medidas, quando apenas uma seria o suficiente para acabar com o início do fim, no Brasil por exemplo os com mínimas condições de vida vivem presos entre as grades dos seus condomínios fechados e sob a insegurança da violência urbana e mesmo assim continuam na maioria ignorando a necessidade da inclusão e melhor distribuição das riquezas.
Quando cheguei no ano de 1995 em Lisboa, fui com o tempo me apercebendo o barril de pólvora que se estava a criar, construíram a expo, estradas, novas estações, e deram novas habitações para muitos que viviam em favelas, mais a problemática de fundo, como por exemplo os jovens, sem perspectiva de futuro, formação e apoio, não foram tratadas, os projectos sociais aqui vivem de esmolas, ou da filantropia de ricos que jogam umas migalhas do que possuem para poderem dormir uma noite com a sensação de que está fazendo algo de bom, mais o principal não está sendo feito, e BUM!!!! Eis que 10 anos depois começa-se a aparecer a ponta do problema, uma senhora foi morta ao sair do seu Mercedez Bens ma porta de casa, o segurança da discoteca ou do centro comercial morto, por quem, porque? Espero que não encontremos como resposta o menino do bairro, muito provavelmente preto, e quase que de certeza pobre, porque se for esse o caso, 16 medidas são para responder a sua violência com mais violência, e ai é o ciclo vicioso que no brasil se vive, terá Portugal condições de respeitar e dar a volta a essa realidade que chegou para ficar?
Sou Brazuca, não Preto, só por dentro, talvez pobre, mais não de espírito, voltarei a fazer o melhor que posso com os jovens, pois a energia de vida que eles tem poderá salvar-me e a muitos privilegiados pela sorte de ter o necessário para viver, iê capoeira!!

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